Comissão de seleção divulga critérios e questões de análise dos trabalhos inscritos

Entre 24 e 26 de setembro, a comissão de seleção do Festival Dança Três, formada pela professora de balé e ex-dançarina Patrícia Signoretti, pelo ator Carlos Anunciato e por Soraia Ferreira, gerente de difusão cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, debruçou-se sobre vídeos e fichas de espetáculos e coreografias inscritos no Festival.

Ao longo desses três dias, foram analisadas 26 coreografias inscritas na Mostra Aberta e 16 espetáculos inscritos na Mostra Profissional. Segundo a comissão, a Mostra Profissional recebeu, em sua maioria, obras de dança contemporânea, e a Mostra Aberta eram, em sua maioria, dança de rua.

O resultado, que foi divulgado no dia 26, quinta-feira da semana passada, apresenta 3 espetáculos de companhias paulistas, que farão parte da Mostra Profissional, 3 espetáculos suplentes, e 15 coreografias de SP e MS, que farão parte da Mostra Aberta.

Patrícia Signoretti e Carlos Anunciato declaram que a comissão se deparou com problemas, como a baixa qualidade dos vídeos: “o regulamento exigia vídeos dos espetáculos na íntegra e a grande maioria dos artistas enviou vídeos com cortes de edição, pouca luz, de difícil visualização”, diz Carlos. Patrícia complementa dizendo que, além da baixa qualidade e da não-adequação ao regulamento, “houve trabalhos em cuja ficha de inscrição constava uma quantidade ‘x’ de dançarinos e o vídeo apresentava por vezes mais e por vezes menos integrantes no elenco. Ou, então, uma duração maior ou menor daquela apresentada na ficha.”.

A dessincronia entre ficha e vídeo inviabiliza o planejamento do Festival por parte da produção. “E se o grupo que selecionamos trouxer um espetáculo de 50 minutos e não de 30, como estava inscrito na ficha? Como a noite do Festival vai ficar?”, pergunta Patrícia. Ela declara também que houve trabalhos com número de dançarinos maior do que aquele exigido pelo regulamento e fichas de difícil leitura, por conta de erros de ortografia. Além disso, a comissão aconselha à organização do Festival que, para as próximas edições, determine claramente, no regulamento, idades mínima e máxima dos estudantes para inscrição na Mostra Aberta.

E por que foram selecionados apenas trabalhos paulistas para a Mostra Profissional? Patrícia explica que a comissão conferiu notas aos trabalhos, por meio de critérios como: coerência entre tema e composição coreográfica, coerência entre o que o release da ficha de inscrição dizia e o que o vídeo apresentava, apuro técnico, o que é interessante levar ao público tres-lagoense, adequação ao regulamento, entre outros critérios. Diante disso, os trabalhos paulistas foram os que receberam notas mais altas e houve, inclusive, um remanejamento de um dos trabalhos inscritos. O espetáculo “figuras de van”, do grupo Danceato, de Diadema, havia sido inscrito na Mostra Aberta mas, por se adequar aos parâmetros profissionais, foi redirecionado para a Mostra Profissional.

O critério de seleção para os trabalhos da Mostra Aberta foi o de auxiliar na formação dos grupos. Percebendo a falta de informação e formação em dança de grupos do interior do MS, a comissão selecionou trabalhos aparentemente frágeis, para dar a oportunidade aos grupos de assistir e de serem assistidos e, segundo Carlos, “para que tenham a oportunidade de ampliar o acesso à (in)formação por meio do Festival.”.

A Arado Cultural convoca todos os artistas que quiserem saber os motivos pelos quais seus trabalhos não foram selecionados, a entrar em contato pelo e-mail contato.aradocultural@gmail.com. Os pareceres da comissão de seleção serão disponibilizados de acordo com a solicitação.